As crianças desejam ardentemente um brinquedo e muitas vezes desistem dele depois de algumas horas, pois descobrem que o mesmo não é como pensavam. Cuidado para não brincar de empresa, pois o prejuízo pode ser grande. Cerca de 80% dos jovens entrevistados têm o sonho de ser empresário nos próximos 10 anos, de acordo com a pesquisa “Perfil do LIDE FUTURO”, realizada em 2013 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e disponível em http://exame.abril.com.br/pme/noticias/empreendedorismo-e-foco-de-jovens-brasileiros-diz-pesquisa. Será que este contingente virá mais bem preparado para precificar e administrar todos os custos que envolvem a boa gestão de uma empresa? A taxa de sobrevivência das empresas melhorou significativamente nos últimos dez anos, mas a mortalidade, infelizmente, ainda é alta. Segundo o Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Sebrae), a mortalidade das empresas brasileiras nos primeiros dois anos é de, aproximadamente, 26%. Em até cinco anos, 62% das empresas encerram suas atividades. É esperado que os novos empreendedores se capacitem nas diversas áreas que abrangem a dimensão da empresa, mas especialmente na tarefa de calcular e definir o preço de venda dos serviços e produtos, pois é neste momento que se estabelece o lucro necessário para a empresa superar a barreira dos cinco anos e, quem sabe, se tornar uma empresa longeva. Conhecer o custo do colaborador não é um ofício superficial, mas exige o domínio teórico, informações completas e muita dedicação. Além do salário, tudo o que é prescrito para manter o colaborador legalmente, isto é, os benefícios diretos e indiretos, devem ser adicionados: prêmios, horas extras, adicional de insalubridade, planos de saúde, alimentação, uniforme, transporte, auxílio faculdade. Outros dispêndios indispensáveis de valorizar são a Previdência Social, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), décimo terceiro salário, férias, terço constitucional e aviso prévio indenizado, entre outros que oscilam de acordo com o desejo da empresa ou da negociação sindical. A despesa total com o colaborador facilmente poderá dobrar o salário inicial e, dependendo do ramo de atividade, representar até 60% do faturamento bruto da empresa. Sim, é assustador, especialmente para aqueles que não sabem e não procuram auxílio para calcular corretamente os valores que compõem o preço ofertado. Na Pesquisa Nacional das Empresas Contábeis (PNEC) realizada em 2013 apurou-se que os colaboradores demandam 45,23% do faturamento bruto. Neste percentual não está incluso o pró-labore dos proprietários e/ou diretores. (http://gilmarduarte.com.br/pesquisa-nacional-das-empresas-contabeis-pnec-revela-informacoes-importantes/) Para compor o percentual do desembolso com os colaboradores em sua empresa some todos os custos relacionados a eles, conforme detalhado acima, e divida o resultado pelo faturamento médio mensal. Acompanhe este indicador mensalmente e procure reduzi-lo, o que é possível fazer sem demitir funcionários, mas tornando-os mais produtivos. De posse destas informações busque os demais custos e descubra qual é o lucro líquido da sua empresa. Se encontrar prejuízo ou lucro muito baixo, talvez seja propício corrigir a rota do seu negócio.
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